Texto por Dr. Daniel A. G. Vieira

Nos últimos tempos, essas lentes têm sido apresentadas como a solução para o cansaço visual gerado pelo uso constante de dispositivos digitais. Contudo, um estudo recente, publicado na Cochrane lança dúvidas sobre suas reais vantagens.

O estudo [1], conduzido por Sumeer Singh, Ph.D., da Universidade de Melbourne, revelou resultados intrigantes. Ao analisar 17 ensaios clínicos randomizados, os pesquisadores não encontraram diferenças significativas nos escores de fadiga visual entre lentes com filtro de luz azul e aquelas sem tal recurso. Em menos de uma semana de acompanhamento, os sintomas pareciam persistir independentemente do tipo de lente utilizada.

Entretanto, antes de decretarmos o fim da era dos óculos com filtro de luz azul, vale a pena abrirmos espaço para o bom senso. Há diversos pacientes na nossa prática diária que insistem em relatar maior conforto com as lentes com filtro de luz azul ao utilizar telas. Mas há também os que se sentem incomodados com o “amarelamento da imagem” causada por essas lentes.

Diante desse cenário, para aqueles que enfrentam a batalha diária frente às telas, o uso dessas lentes pode ser uma opção. Mas, para combater o cansaço visual, a prática de pausas regulares, redução do brilho excessivo e uso das telas em distâncias maiores tendem a resultar em maior eficácia no combate à fadiga ocular

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[1] – Singh S, Keller PR, Busija L, McMillan P, Makrai E, Lawrenson JG, Hull CC, Downie LE. Blue‐light filtering spectacle lenses for visual performance, sleep, and macular health in adults. Cochrane Database of Systematic Reviews 2023, Issue 8. Art. No.: CD013244. DOI: 10.1002/14651858.CD013244.pub2. Accessed 25 January 2024.[1] – Singh S, Keller PR, Busija L, McMillan P, Makrai E, Lawrenson JG, Hull CC, Downie LE. Blue‐light filtering spectacle lenses for visual performance, sleep, and macular health in adults. Cochrane Database of Systematic Reviews 2023, Issue 8. Art. No.: CD013244. DOI: 10.1002/14651858.CD013244.pub2. Accessed 25 January